. paura-bianca .
Mente aquele que diz que é escura a tristeza
É um truque, uma mentira bem contada
e bem aceita
um algo sem razão pela qual a mente nos engana
A mesma que cria tal falácia
nos desarma
e nos amarra
e nos deixa
Nos deixa assim...
só um fio, uma fresta
numa pequenez ludibriosa de invisibilidade
Mas não há como se esconder na claridade
e acerta o alvo
Não titubeia
Não se engana
Varre o coração o medo e a falta de gana
De que serve o sorriso aberto?
De que serve o tabaco que em branco vem guardado?
Sou alguém que costuma conhecer
Uma página branca, alva, vazia
A verdade não é tão bonita
Quando acerta em cheio um rosto que nada tem a oferecer.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
. Souvenir .
Te deixo minha culpa, pega no laço, puxa-o
e encontra o vazio que ecoa e já não cabe mais em mim
Fica de lembrança, meu medo calado e a dependência infantil, toma o fel desta sombra de sorriso, que um dia, nasceu só pra ti
É um regalo, guarde o embrulho, este sal secará
O eco do peito ressoa, frio e azul
Com projeções, tais pequenas caixas de barro, eu forro este mesmo peito que foi tua morada e que inundamos por tantas vezes
Tens a chave, guarda a cópia, não é presente
é teu.
Te deixo minha culpa, pega no laço, puxa-o
e encontra o vazio que ecoa e já não cabe mais em mim
Fica de lembrança, meu medo calado e a dependência infantil, toma o fel desta sombra de sorriso, que um dia, nasceu só pra ti
É um regalo, guarde o embrulho, este sal secará
O eco do peito ressoa, frio e azul
Com projeções, tais pequenas caixas de barro, eu forro este mesmo peito que foi tua morada e que inundamos por tantas vezes
Tens a chave, guarda a cópia, não é presente
é teu.
quinta-feira, 2 de junho de 2011
. território infundado .
Dou-me e me dói
Pode um só, guardar dois em si?
E egoísta chamar de amo
Por querer para si aquele(s) que não o são
É da proteção
do sonho
É daquele que acolhe o choro
Choro por aquele que não acolhi
a quem dei um sorriso claro
que hoje resta em sobra
e sobrevive em meus sonhos
Culpo a dislexia
A troca dos nomes
Já a confusão do peito
Não tem réu
No seio fértil do desejo
Esqueço a posse
É só o que se pode fazer
Não há bandeiras ou cercas
num territorio infundado
Não
Não se pode guardar dois em si
Por ser um só
Um ser só.
Dou-me e me dói
Pode um só, guardar dois em si?
E egoísta chamar de amo
Por querer para si aquele(s) que não o são
É da proteção
do sonho
É daquele que acolhe o choro
Choro por aquele que não acolhi
a quem dei um sorriso claro
que hoje resta em sobra
e sobrevive em meus sonhos
Culpo a dislexia
A troca dos nomes
Já a confusão do peito
Não tem réu
No seio fértil do desejo
Esqueço a posse
É só o que se pode fazer
Não há bandeiras ou cercas
num territorio infundado
Não
Não se pode guardar dois em si
Por ser um só
Um ser só.
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
. Plus .
É uma vontade insana
gana de ter cheiro
apertar tua pele
e sentir o gosto que sempre me enebria
Avisaram: "Isto é química"
O som da ta voz
é o que acalma
Quero saber dos teus passos
e quem assiste os sorrisos
que de longe não enxergo
E advertiram: "isso é posse"
Quero tuas piadas
Teus braços que preenhem lacunas em mim
Num só abraço conforta
encontro meu norte
e finco minha casa
E categoricamente me dizem "carência"
Pois eu chamo de amor
e sei que te amo
pra sempre, e mais um dia.
É uma vontade insana
gana de ter cheiro
apertar tua pele
e sentir o gosto que sempre me enebria
Avisaram: "Isto é química"
O som da ta voz
é o que acalma
Quero saber dos teus passos
e quem assiste os sorrisos
que de longe não enxergo
E advertiram: "isso é posse"
Quero tuas piadas
Teus braços que preenhem lacunas em mim
Num só abraço conforta
encontro meu norte
e finco minha casa
E categoricamente me dizem "carência"
Pois eu chamo de amor
e sei que te amo
pra sempre, e mais um dia.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
. Aquilo que não se pode mensurar .
Havia então
as paixões coléricas
e os brados de amor
confundiam-se e dissipavam-se
num só sorriso branco de dobradura
Em rubras e salobras letras
E isto ninguém jamais vai me furtar
Ela conta
distorce, fomenta e se safa
Há balões por toda parte
fez da tua língua
a dela
se diz prima-irmã da verdade
E das minhas palavras
retirou as aspas
mas o que é alheio
Ninguém pode nomear
Eu desconheço a sua graça
Como chamam os poetas
ou se já teorizaram os cientistas
Mas o peso que me causa
Me priva de esquecê-lo
O seu toque acaricia o vácuo que carrego em mim
com uma brisa
Isto é o que sinto
Produto e produtor de tudo
que alimenta sonhos
enquanto faz da minha face
meandros de água salgada
E sei, é tudo que sei
que é puro
E nada pode sujar.
Havia então
as paixões coléricas
e os brados de amor
confundiam-se e dissipavam-se
num só sorriso branco de dobradura
Em rubras e salobras letras
E isto ninguém jamais vai me furtar
Ela conta
distorce, fomenta e se safa
Há balões por toda parte
fez da tua língua
a dela
se diz prima-irmã da verdade
E das minhas palavras
retirou as aspas
mas o que é alheio
Ninguém pode nomear
Eu desconheço a sua graça
Como chamam os poetas
ou se já teorizaram os cientistas
Mas o peso que me causa
Me priva de esquecê-lo
O seu toque acaricia o vácuo que carrego em mim
com uma brisa
Isto é o que sinto
Produto e produtor de tudo
que alimenta sonhos
enquanto faz da minha face
meandros de água salgada
E sei, é tudo que sei
que é puro
E nada pode sujar.
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
.Cárita.
Eu sempre dizia a mim mesmo: "um pouco de calma e com razão.. tudo melhora" no entanto, calma e razão nunca foram meu forte, mas o "sempre" me acompanhava a todo momento, talvez repetir esta idéia como um mantra me acalentasse, uma mentira repetida sem parar poderia se tornar verdade. Eu gostava de acreditar nisso.
Apesar de saber que esta falássia, era redundantemente: uma mentira.
Ela sempre me acompanhara e ela sim jamais me faltou. E não digo com um pesar moral não, confesso que ela já me foi cúmplice por diversas e divertida também.
Enquanto eu tentava inultimente me enganar, logo chegou o dia em que nem eu, o feliz pobre-coitado inverídico já não sabia o que o era ou não.
Não tive calma. Como sempre, mas me acostumei com esta minha vida loquaz. E com ela.
No entanto ele, com ele eu pensava ter me acostumado, pensava ter amado, pensava tantas outras coisas que acreditava, desejava, odiava e abraçava numa força, um misto de não me deixe e de te faço parar de respirar, a falta de calma e razão, usuais, desdobraram-se, claro na única coisa que poderia ser e seja para brigar, desejá-lo ou beijá-lo vigorosamente era sempre ele que me vinha a mente, vivo ou não.
Não sei se ele existe, se é fruto da minha projeção ou se eu sequer cheguei a pensar nele, tavez estivesse tão cercado mim que o deixei ali disperso as minhas vontades ludibriosas e doentias...
Talvez o pensamento também me falte...pro inferno tanto eu, eu, eu....!!
Ah..."um pouco de calma e com razão tudo melhora".
Eu sempre dizia a mim mesmo: "um pouco de calma e com razão.. tudo melhora" no entanto, calma e razão nunca foram meu forte, mas o "sempre" me acompanhava a todo momento, talvez repetir esta idéia como um mantra me acalentasse, uma mentira repetida sem parar poderia se tornar verdade. Eu gostava de acreditar nisso.
Apesar de saber que esta falássia, era redundantemente: uma mentira.
Ela sempre me acompanhara e ela sim jamais me faltou. E não digo com um pesar moral não, confesso que ela já me foi cúmplice por diversas e divertida também.
Enquanto eu tentava inultimente me enganar, logo chegou o dia em que nem eu, o feliz pobre-coitado inverídico já não sabia o que o era ou não.
Não tive calma. Como sempre, mas me acostumei com esta minha vida loquaz. E com ela.
No entanto ele, com ele eu pensava ter me acostumado, pensava ter amado, pensava tantas outras coisas que acreditava, desejava, odiava e abraçava numa força, um misto de não me deixe e de te faço parar de respirar, a falta de calma e razão, usuais, desdobraram-se, claro na única coisa que poderia ser e seja para brigar, desejá-lo ou beijá-lo vigorosamente era sempre ele que me vinha a mente, vivo ou não.
Não sei se ele existe, se é fruto da minha projeção ou se eu sequer cheguei a pensar nele, tavez estivesse tão cercado mim que o deixei ali disperso as minhas vontades ludibriosas e doentias...
Talvez o pensamento também me falte...pro inferno tanto eu, eu, eu....!!
Ah..."um pouco de calma e com razão tudo melhora".
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
. Traquejo .
Não que eu goste da melancolia ou que me sinta mais poético assim, mas ela toma conta e de alguma forma tem que se manifestar, se o meu corpo mal é minha morada quem dirá dela que é ainda mais densa. Então eu mau e porcamente vomito-a sempre assim e assim sempre só sombras e tudo aquilo que eu pretendo sê-la aparece.
Em seus trânsitos, ela que não é pertença de ninguém nem se prende a um só, há sempre uma parada mais prologanda num morimbundo, ah isso há! Me reconheço num dos tantos e ela tripudia feroz, uma vez que não há resistência, não ter nada deixa vago um grande e convidativo espaço para ser melancólico.
Nós, os morimbundos nos sentimos um pouco mais nobres com ela, nos tira o ar de coitados e dá até uma beleza estranha. É o que dizem eles nos bares depois da fase dos risos e já na pretensiosa discussão filosófica da madrugada. É aí então, que sempre um dos nós toma corpo aos olhos dos eles, eu já não vejo beleza no espólio dela, não a estranho nem é como amiga que eu a tenho, pra mim é como um traquejo, quando ela aqui se estaciona sempre um trago e um gole me são ofertados depois de uma confissão morimbunda e melancólica.
Não que eu goste da melancolia ou que me sinta mais poético assim, mas ela toma conta e de alguma forma tem que se manifestar, se o meu corpo mal é minha morada quem dirá dela que é ainda mais densa. Então eu mau e porcamente vomito-a sempre assim e assim sempre só sombras e tudo aquilo que eu pretendo sê-la aparece.
Em seus trânsitos, ela que não é pertença de ninguém nem se prende a um só, há sempre uma parada mais prologanda num morimbundo, ah isso há! Me reconheço num dos tantos e ela tripudia feroz, uma vez que não há resistência, não ter nada deixa vago um grande e convidativo espaço para ser melancólico.
Nós, os morimbundos nos sentimos um pouco mais nobres com ela, nos tira o ar de coitados e dá até uma beleza estranha. É o que dizem eles nos bares depois da fase dos risos e já na pretensiosa discussão filosófica da madrugada. É aí então, que sempre um dos nós toma corpo aos olhos dos eles, eu já não vejo beleza no espólio dela, não a estranho nem é como amiga que eu a tenho, pra mim é como um traquejo, quando ela aqui se estaciona sempre um trago e um gole me são ofertados depois de uma confissão morimbunda e melancólica.
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