. Aquilo que não se pode mensurar .
Havia então
as paixões coléricas
e os brados de amor
confundiam-se e dissipavam-se
num só sorriso branco de dobradura
Em rubras e salobras letras
E isto ninguém jamais vai me furtar
Ela conta
distorce, fomenta e se safa
Há balões por toda parte
fez da tua língua
a dela
se diz prima-irmã da verdade
E das minhas palavras
retirou as aspas
mas o que é alheio
Ninguém pode nomear
Eu desconheço a sua graça
Como chamam os poetas
ou se já teorizaram os cientistas
Mas o peso que me causa
Me priva de esquecê-lo
O seu toque acaricia o vácuo que carrego em mim
com uma brisa
Isto é o que sinto
Produto e produtor de tudo
que alimenta sonhos
enquanto faz da minha face
meandros de água salgada
E sei, é tudo que sei
que é puro
E nada pode sujar.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
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