sexta-feira, 18 de setembro de 2009

. Perene .

Diz só uma vez
é o necessário

Não faça os dentes
as grades

E o silêncio
meu castigo

Não teme o peso
da palavra

Traz nos teus lábios
a chave

Diz que acredita
que deseja
que anseia
e eu espero.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

. A Passagem .

A Codificação era confusa, esparsa e tosca, só restava dúvidas e por mais que uma pequena fresta luminosa teimasse em passar pelo pequeno espaço lúdico de entrada, o seu corpo era robusto e eu precisaria impreterivelmente da senha; trespassar aquele homérico físico não era sequer concebível. Por mais que racionalizasse e tentasse me despir daquela veste romântica, os sentimentos de medo e apego eram botões em casas devidamente trocadas e surpreendetemente enraizadas. Me acometeu o desespero e em meio ao pranto essmurrei aquela porta; enquanto desejava ir de encontro ao que me impedia aquela massa rija, as lágrimas suplicavam por um só tanto de compaixão... as dobradiças daquela vigorosa madeira não se abalaram por um só segundo. Então recostei minha cabeça em seu torso enquanto tentava em desespero engolir meu soluço e meu orgulho.

domingo, 6 de setembro de 2009

. Lumus .

"Epifania" talvez?
Pois brotou como uma semente
mesmo com as raízes escassas
tomou de imediato seu assento

"Exaltação" cabe?
Foi quando as palavras tornaram-se moedas
e algumas possuiam o brilho d'um sorriso
repentino e sincero

Sim... "delírio"?
Como pôde um temperamento centrado
curvar-se diante d'aquilo que se tem de mais desparelhado
por joguete, diversão, deleite?

Seria: "sonho"?
Foi-se com o arrebol
e deixou pelo caminho
as frestas do astro que insistem
e brilham e ofuscam e machucam.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

. Propina .

Em meio ao choro

não permite
não cede
nem concede

Diz que não e ponto

então chantageia
ameaça
encurrala

É quando abre os braços...

me aperta
me oferece os lábios
e me leva